Como superei o medo para voltar a fazer música.
Algo por demais ancestral aflige a humanidade, desde sempre. O medo. Esse sentimento comum pode ser compreendido como um instinto de sobrevivência, verificado nas mais variadas espécies que evoluíram e resistiram até o presente.
Em nossa sociedade pós-moderna, contemporânea, o medo anda em voga. Sentimos medo de tudo.
O medo invade as áreas de nossa experiência. No meio artístico, lidamos com o medo, desde quando decidimos e aceitamos ser o que somos: artistas!
Desde o medo de passar fome, passando pelo medo de passar frio; o medo de não ser aceito, medo de ser criticado; o medo de falir, o medo de errar ou acertar; o medo de finalizar uma obra: todo artista experimenta, invariavelmente, um ou mais desses medos.
O meu medo do desconhecido
Há algumas décadas, antes de eu decidir investir meu tempo, dinheiro e minha existência para ser músico, eu vivia com o medo da incerteza. Na verdade, o meu projeto pessoal de ser músico não nasceu ontem, brotou da veia artística da Mãe – uma artista singular cuja simplicidade foi o seu maior brilho. O fato é que eu nunca entendia bem esse negócio de ser artista. Na realidade, levei um tempo para aceitar isso, pois eu não saia por aí, aos quatro cantos dizendo: eu sou um artista! Não acreditava nisso, talvez por não estar pronto à epoca.
Com o passar de algumas décadas, de muitas experiências envoltas ao fazer musical, minha timidez foi dando espaço para a autoconfiança, hoje me considero um bom músico! Comecei a me aceitar assim, que beleza!
Atualmente, embora eu não obtenha rendimentos como artista, sei que, mesmo assim, não deixo de ser um artista. Vivo nesse mundo pela música, esse é o meu propósito.
A primeira virada de chave
Voltando ao passado, considero que a música me tirou de uma zona perigosa, quando eu era ainda bem moço, vivendo em uma periferia da forma como muitos sabem como é no Brasil. A música, a fé e o amor me fizeram alçar voo de uma forma que eu considerava improvável, pessoas do bem, às quais sou e serei sempre grato, me fizeram acreditar em um outro mundo possível.
Desde uma primeira virada de chave fundamental, quando eu era (parafraseando o gênio Belchior) “apenas um rapaz latino-americano, sem dinheiro no banco, sem parentes importantes e vindo o interior”, por intermédio da música, me tornei convicto que seguir o caminho da arte era uma boa opção, cá estou e para lá sempre seguirei.
A segunda virada de chave
A segunda virada de chave aconteceu em 2024, pouco antes das enchentes que inundaram o nosso RS, a minha Mãe faleceu, a pessoa que me transmitiu algo tão sublime que é o amor pela música. Essa experiência me fez acordar para o fato de que a vida é muito breve, e que, assim sendo, a arte e a música devem ocupar na minha vida o espaço que merecem. Posso afirmar que o medo e a insegurança são coisas do passado!

Os projetos atuais
Então, hoje, aos 48 anos, aprendida aquela lição que me emancipou (eu não acreditava no meu potencial) e me trouxe para a realidade atual, de um artista convicto, penso que o mínimo que eu possa fazer é viver esse sonho. Sendo assim, tenho dois projetos para divulgar: o meu Blog Som Criativo, onde busco ensinar o que aprendi nos últimos sete anos sobre o fazer musical, e o meu Canal no Youtube, onde registro as minhas experimentações e improvisações, buscando criar música autoral.
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